sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

Poesia do dia: Augusto dos Anjos



Caros alunos, demais leitores,



Hoje, numa estação de rádio aqui de São Luís, ouvi o locutor declamar dois versos de Augusto dos Anjos...... impactaram-me..... já os conhecia, mas ouvidos, assim, pela voz alheia, pareceram-,me mais fortes ainda...
Trago o texto na íntegra para vocês....


A ideia

De onde ela vem?! De que matéria bruta
Vem essa luz que sobre as nebulosas
Cai de incógnitas criptas misteriosas
Como as estalactites duma gruta?!
Vem da psicogenética e alta luta
Do feixe de moléculas nervosas,
Que, em desintegrações maravilhosas,
Delibera, e depois, quer e executa!
Vem do encéfalo absconso que a constringe,
Chega em seguida às cordas do laringe,
Tísica, tênue, mínima, raquítica ...
Quebra a força centrípeta que a amarra,
Mas, de repente, e quase morta, esbarra
No mulambo da língua paralítica.

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