quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Poesia do dia



Caros alunos, demais leitores,

Hoje, para encantar, um poeta do Parnasianismo brasileiro....

Via Láctea” – Soneto XIII

“Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso! E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muita vez desperto,
E abro as janelas, pálido de espanto...

E conversamos toda a noite enquanto
A via láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E ao vir do Sol, saudoso e em pranto
Inda as procuro pelo céu deserto.

Direis agora: "Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Têm o que dizem, quando estão contigo?"

E eu vos direi: "Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas."

Obras: Poesias: Paóplias, Via Láctea e Sarças do Fogo (1888), Sagres (1898), Poesias infantis (1904); Tarde (1919).



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