quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Poesia do dia: Paulo Bomfim



Caros alunos, demais leitores,


Vamos hoje reverenciar um poeta contemporâneo, muito importante para a antologia brasileira: Paulo Bomfim...... desfrutem da qualidade de seus versos:



OS DIAS MORTOS
Os dias mortos, sim, onde enterrá-los?
Que solo se abrirá para acolhê-los
Com seus pés indecisos, seus cabelos,
Seu galope de sôfregos cavalos!

Os dias mortos, sim, onde guardá-los?
Em que ossário reter seus pesadelos,
Seu tecido rompido de novelos,
Seus fios graves, relva além dos valos.

Tempo desintegrado, tempo solto,
Fátuo fogo de febre e de fuligem,
Canteiro de sereia em mar revolto.

Em nossa carne, sim, em nossos portos,
Quando o fim regressar à própria origem,
Repousarão também os dias mortos!

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